
Estimados/as leitores/as da Mural Internacional lhes convidamos a encaminhar artigos para nosso próximo dossiê: O prazo para a recepção de artigos foi adiado até 30 de abril de 2023. Os/as interessados/as deverão enviar os artigos inéditos pelo portal da Revista Mural Internacional seguindo as diretrizes para autores/as no espaço reservado especialmente ao dossiê (não no fluxo contínuo da revista). Os artigos seguirão o processo de revisão de pares cego conforme as políticas da Mural Internacional (disponíveis no site). Os artigos podem ser enviados em português, inglês ou espanhol, a previsão da publicação do Dossiê é para setembro de 2023. |
Chamada Dossiê “A ordem nuclear internacional em xeque” Durante muitos anos, e particularmente desde 1995, com a extensão por tempo indefinido da validade do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), a ordem nuclear internacional, centrada no TNP, expandiu-se e consolidou-se: atualmente, apenas quatro Estados (Índia, Israel, Paquistão e, mais recentemente, Coreia do Norte) não são parte do Tratado. Apesar de alguns eventos de algum modo inconsistentes com alguns aspectos dessa ordem (o Acordo Nuclear dos EUA com a Índia, ou o fim do Tratado de Proibição dos Sistemas Antimísseis Balísticos), o fato é que, com uma única exceção (a Coreia do Norte, que anunciou sua saída do TNP em 2003), esse arranjo se mostrou eficaz não só no sentido de evitar a multiplicação de atores nuclearmente armados entre seus membros, como também conseguiu que a África do Sul efetivamente desmantelasse seu arsenal nuclear. Adicionalmente, esse arranjo constituiu-se num ambiente político e regulatório que contribuiu para a redução do arsenal nuclear dos EUA e da Rússia e evitou que o fim da URSS produzisse dois novos atores nuclearmente armados (Ucrânia e Cazaquistão).Entretanto, eventos e processos mais recentes parecem apontar para problemas crescentes no interior desse arranjo. As dificuldades, ambiguidades e controvérsias em torno do programa nuclear do Irã o aumento do número máximo de artefatos explosivos nucleares por parte do Reino Unido; a expansão do arsenal nuclear da China; as dificuldades de reduções adicionais nos arsenais nucleares dos Estados Nuclearmente Armados; as frequentes alusões, pela Rússia, à possibilidade de emprego de armamentos nucleares, desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022; e o impasse na Conferência de Exame do TNP, também em 2022, põem em tela a possibilidade de que a ordem nuclear internacional esteja se enfraquecendo, ou talvez até mesmo seus fundamentos estejam sendo contestados, ainda que indiretamente, por ações e omissões mais que por palavras. Por outro lado, insatisfações com o andamento das negociações sobre o desarmamento nuclear no âmbito das Conferências de Exame do TNP levaram a esforços paralelos de negociação por parte dos Estados não-nuclearmente armados, culminando com a assinatura e, posteriormente, a entrada em vigor do Tratado de Proibição de Armamentos Nucleares – cuja eficácia, real ou potencial, é controversa, havendo inclusive preocupação com a possibilidade de que fosse prejudicial ao regime internacional centrado no TNP.Assim, esta edição da Mural Internacional, cujo tema é “A ordem nuclear internacional em xeque”, visa a aprofundar esse debate, contribuindo tanto para uma avaliação de seu estado atual quanto para discernir possíveis rumos futuros. Essa edição está a cargo dos professores Eugenio Diniz, da PUC Minas, e Layla Dawood, da UERJ. Os trabalhos devem ser enviados pelo sistema da Revista Mural Internacional até 28 de fevereiro de 2023. |
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