Autor: Pinho, Carlos Eduardo Santos
Resumen o primeras líneas
A partir de uma perspectiva comparada, o propósito deste trabalho é investigar a conformação das coalizões político-econômicas subjacente às relações entre o Estado brasileiro, o empresariado industrial e o capitalismo financeiro em duas estratégias de desenvolvimento e regimes políticos antípodas, quais sejam, o Nacional-Desenvolvimentismo Autoritário (1974-1979) e o Novo Desenvolvimentismo Democrático (2011-2016).
No primeiro caso, analisar-se-á o II PND (e a campanha contra a estatização da economia) enquanto ação deliberada do Estado no sentido de transformar estruturalmente o capitalismo industrial e aprofundar a industrialização substitutiva de importações (ISI) a partir de um modelo de desenvolvimento com endividamento externo, que refuta a ideologia do livre-mercado e enfrenta os interesses do empresariado financeiro. No segundo caso, a pesquisa enfatiza os conflitos no âmago da multifacetada coalizão do governo Dilma Rousseff com o empresariado industrial e o capitalismo
financeiro, na atual etapa da globalização econômica. Ainda que desprovida de capacidades políticas para gerir, coordenar e operacionalizar a coalizão governista, a presidente tenta inverter a tradicional “equação distributiva” no Brasil, fundamentada na “privatização dos ganhos” e na “socialização dos prejuízos”, reforçar o modelo de desenvolvimento produtivo/industrializante e minimizar o poder do capital rentista-
improdutivo, mas esbarra em interesses fortemente constituídos. No contexto em que o empresariado “produtivo” está amalgamado à dinâmica da financeirização, configura-se a reprimarização da economia, a indústria perde expressivo espaço no PIB e o poder do capitalismo financeiro encontra-se cada vez mais articulado e politicamente estruturado.