Autor: Silva, Pedro Gustavo de Sousa
Resumen o primeras líneas
A inserçãodo PT na esfera governativa do Poder Executivo nacional não se deu de forma tranquila. Muitos dilemas e perspectivas vieram à tona com o papel de “ser governo” no âmbito federal.
A partir de 2003, não bastava apenas o exercício das críticas e reivindicações. A inserção do PT na esfera governamental e as ações decorrentes da nova função implicaram numa série de atritos internos. Petistas ocupantes de cargos governamentais se viram como alvo de críticas até mesmo de colegas do mesmo partido. Os “petistas no governo” protagonizaram diversas disputas com os petistas situados no Congresso Nacional e nas instâncias partidárias, embora haja exceções de cada lado. Os conflitos entre os setores majoritário e minoritário do PT ganharam forma de maneira mais aguda nosembates relacionados à manutenção da política macroeconômica; na votação da PEC do sistema financeiro; votação da Reforma da Previdência; expulsão dos parlamentares petistas em 2003; origem do P-SOL a partir dos conflitos internos no PT; escândalo do “mensalão”; Processo de Eleições Diretas (PED) do PT em 2005, etc.
Meu propósito no presente trabalho é abordar os conflitos entre petistas e governo, analisando os distintos usos da “linha política” partidária pelos grupos internos da sigla. O recurso a “linha política” do PT apareceu como instrumento central dos grupos minoritários nos conflitos internos. Como o grupo dominante nas instâncias de direção do Partido era o mesmo que dirigia o governo, as tendências de esquerda denunciavam tanto a cúpula partidária quanto o governo Lula.